Minha experiência criando um sistema


Olá pessoas!
Feliz 2017! Mais um ano se inicia, e mais um ano para este blog perseverar a este autor preguiçoso. Pois é gente, o tempo passa e... Já faz o que? Seis meses sem narrar um RPG que seja? E tanta coisa aconteceu no mundo RPGístico nestes dois anos que andei sumido. Tivemos alguns ótimos financiamentos coletivos, como o Interface Zero, Numenera, 13ª Era e Shadow of Demon Lord. Uma nova edição do D&D! E eu lendo mangá e light novel como se não houvesse amanhã. Ao menos um dos meus hobbys foram satisfeitos. Mas chega de falar aleatoriedades. Hoje eu venho abrir as atividades do ano meu blog falando do meu sistema favorito e minha criação: o Tio20 RPG.

Em 2014 (putz! Já tem três anos!), comecei a postar uma série de diários da minha campanha de One Piece, a qual estava usando o meu sistema experimental, o Tio20 RPG. Na época, fiz também uma postagem de apresentação do sistema e, depois de um tempo, postei o arquivo oficial dele aqui no blog (para baixar é só ir na página de Downloads). De lá para cá ele foi baixado pouco mais de 1.000 vezes, o que me deixou muito satisfeito por ter despertado a curiosidade da galera. Tive o feedback de alguns leitores, os quais agradeço demais pelos comentários, mas infelizmente não soube de ninguém que testou o sistema e nem tive comentários questionando regras.

Ao longo da campanha que estava narrando, acabei por mudar regras e características que diferenciam o sistema da versão postada aqui no blog. Habilidades foram alteradas, Perícias adquiriram pontuação, modificadores de testes foram alterados, equipamentos excluídos do sistema, poderes foram criados e até o Destino ganhou novas e interessantes aplicações. Isso é normal durante a criação de sistemas, ainda mais na sua fase inicial.

Como falei mais cedo, o tempo passa e com ele nossas ideias amadurecem. Após minhas campanhas de Ivalice e One Piece terem acabado, dei um tempo no Tio20 para analisar o que havia criado e ver como poderia aprimorá-lo. Muito ainda precisava ser acrescentado, e até mesmo seu objetivo não estava claro, tendo sido criado inicialmente para jogos de fantasia em geral (com base no Numenera), e mudando para uma ideia de jogos mais épicos. Foi então que em meados de 2015 me propus a narrar um jogo no estilo cyberpunk para o meu grupo e decidi usar o Tio20 novamente. A fim de adequar o sistema a ambientação, vi-me forçado a fazer uma série de mudanças, tornando-o mais simulacionista no processo. Isso gerou um problema de identidade ao sistema, somado a minha falta de visão quanto a que tipo de jogo afinal eu queria criar. Resultado: a cada sessão o sistema recebia várias mudanças e acréscimos que deixaram os jogadores confusos, o que resultou no fim prematuro do jogo e na minha frustração.

Eu precisava de algum tempo para absorver o que tinha acontecido e mais uma vez deixei o Tio20 de lado. Foi então que percebi que minha indecisão derivava do fato de eu não ter definido um objetivo claro para que tipo de jogo o sistema se destinaria. Por mais que você não queira aceitar, é impossível criar um sistema que sirva para todo RPG. Evidente que alguns sistemas podem se adaptar a diversas ambientações (com os devidos ajustes), como GURPS e FATE, mas nenhum deles é perfeito para criar qualquer tipo de jogo. Foi assim que percebi que precisava, afinal, definir que tipo de jogo eu queria jogar com o Tio20, ou seja, dar um foco ao sistema. E a resposta não tardou a chegar. Eu sempre quis narrar jogos empolgantes e épicos com aquela sensação de Anime, só que usando um sistema diferente e mais moderno daqueles que eu já tinha exaustivamente jogado, como BESM e 3D&T Alpha. Foi aí que eu resolvi pegar as ideias de “moderno” e “anime” e aplicá-las ao Tio20, resultando no que veio a ser o sistema que testei na minha campanha de Megaman X em 2016. E devo dizer que o resultado foi maravilhoso!

Não que eu tenha reinventado a roda ou coisa do gênero, mas com certeza o Tio20 RPG chegou aonde eu gostaria, com aquele sentimento de épico. As personagens são fortes sem serem alopradas, e os jogadores sentem isso, mas ainda havendo aquele espaço para progredirem e se tornarem ainda mais poderosas. E muito da inspiração que tive para mudar o Tio20 RPG veio justamente dos velhos sistemas de guerra que usei ao longo de anos para narrar anime: o BESM e o 3D&T; somado a novos sistemas que trouxeram soluções e ideias mais interessantes para a forma como jogamos nossos jogos preferidos, como FATE, D&D 5ed, 13ª Era, OVA e o próprio Numenera que foi a base para o meu desejo de criar este sistema.

E é isso pessoal. Hoje resolvi abrir o ano falando de como foi minha experiência criando o meu próprio sistema após ter postado sua primeira playtest aqui no blog. Numa próxima postagem trarei mais detalhes sobre o Tio20 RPG e como ele está ficando, bem como foi a minha campanha de Megaman X.

Até and Bye...

Comentários