Resenha: Rei Arthur – A Lenda da Espada

Olá pessoas!
Em minha última resenha (andei lendo que Logan deve retornar as telonas para exibições especiais, fiquem atentos quem ainda não assistiu), eu comentei que estou sendo seletivo com o que vou assistir no cinema devido a quantidade de filmes interessantes que serão lançados este ano. Neste meio tempo houve a estreia de dois filmes que acabei não assistindo: A Vigilante do Amanhã (Ghost in the Shell) e Guardiões da Galáxia Volume 2 (o primeiro devido as poucas salas e o curto tempo de exibição; e o segundo por escolha, pois estou evitando filmes 3D sempre que possível, um mal dos grandes lançamentos). Entretanto, após um tempo sem ver um filme nas telonas, uma súbita vontade me acometeu e ontem acabei me dirigindo ao cinema mais próximo para ver qualquer coisa. E eis que acabei assistindo Rei Arthur – A Lenda da Espada.

Assim como em Logan, eu não sabia o que esperar. Não lembro de ter visto o que fosse sobre este filme, de trailer a cartazes. Ele simplesmente estreou esta semana (ontem, para ser mais exato), e lá fui eu todo inocente assistir... e ser surpreendido. Logo nos primeiros minutos percebi que este é um filme de Guy Ritchie. Pessoalmente, eu gostei muito dos novos filmes de Sherlock Holms e fiquei empolgado ao perceber que Rei Arthur é do mesmo diretor. A direção e a edição seguem o mesmo padrão da franquia anterior, transparecendo a identidade cinematográfica do diretor e mantendo sua qualidade. Porém, faço a minha primeira ressalva ao filme neste aspecto. Creio que a narrativa contada em Rei Arthur, com um foco maior na ação, pede um uso menos abusivo do estilo do diretor em mesclar, numa mesma cena, fatos que ocorrem em diversas linhas temporais. Algumas cenas se tornam confusas de acompanhar, principalmente em sua versão legendada, o que acabou me “tirando do filme” em certos momentos e me fazendo perder o tempo de algumas piadas. Caso você tenha problemas com legendas rápidas, ver este filme dublado pode ser uma melhor escolha.


Falando em empolgação, o filme é um verdadeiro épico, com cenas de ação absurdas comparáveis a filmes chineses e indianos (talvez nem tanto, mas chega bem perto). A magia e a própria Excalibur, que dá o subtítulo do filme, chegam a ser absurdas de tão exageradas em alguns momentos, mas nada que baixe a minha empolgação. Com uma cena de abertura claramente inspirada na batalha de Minas Tirith em Senhor dos Anéis, o filme abre chutando a porta da frente e mostrando como está tecnicamente impecável. Visualmente ele é impressionante e os efeitos especiais estão ótimos. As transições feitas entre os vários ambientes, incluindo as Terras Sombrias e o uso de criaturas fantásticas, são incríveis. A trilha sonora, mesmo com suas semelhanças a de Sherlock Holms, cumpre bem o seu papel nas cenas, dando o clima certo e desaparecendo quando os efeitos sonoros precisam de destaque.

Creio que os pontos negativos do filme sejam a história e a atuação. Filmes de ação, em geral, não são exatamente primorosos com suas tramas, e Rei Arthur segue este padrão. A história em si não é ruim, mas também não tem nada demais. Muitos dos elementos das lendas britânicas sobre o grande rei do passado estão no filme, explorados de uma forma que não lembro de ter visto no cinema antes (o filme é épico!), sendo este o máximo de ineditismo que se verá em tela. E, com um roteiro mediano, fica difícil para os atores demonstrarem grandes atuações. Jude Law (que também participou do Sherlock Holms), aqui interpreta um vilão bem padrão. Eric Bana (que fez o Hulk de 2003, lembra?), pouco aparece para entregar uma atuação mais significativa. Charlie Hunnam e seu rei Arthur (e que também protagoniza Círculo de Fogo), faz nada além do esperado (não que eu o considere um grande ator), onde até mesmo certas cenas de ação em que ele poderia ter destaque ficam a desejar, sendo ofuscado pelo poder colossal de sua espada mágica.


Nota 3 de 5.

Então é isso. Pessoalmente curti bastante o filme, mas tenho que reconhecer que, mesmo que tecnicamente ótimo, ele poderia ter sido melhor caso entregasse uma história mais envolvente e melhor trabalhada. O fantástico é o grande destaque deste filme, com ótimas e recentes inspirações, como o seu vilão digno de um chefão do game Dark Souls e suas criaturas absurdas. As Terras Sombrias chamaram a minha atenção, bem como a sociedade dos magos, mas é uma pena que ambos elementos são muito pouco explorados pelo filme.

Até and Bye...

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