Resenha: Space Pirate Captain Harlock

Olá pessoas!
Final de semana passado, juntamos os amigos para uma sessão especial de cinema via Netflix. Eu ainda não conheço bem os prazeres deste provedor de mídia digital, mas já deu pra ter uma boa noção (pensando seriamente em aderir ano que vem). E o filme que escolhemos assistir foi o excelente e diferente Capitão Harlock, cujos trailers já haviam chamado a minha atenção no ano passado e que não poderia deixar passar.

Entretanto, creio que o caro leitor possa estar confuso sobre o que diabos é esse filme. Contextualizando, o Capitão Harlock é o protagonista do “crássico” mangá Space Pirate Captain Harlock (que também é o nome do filme). Lançado entre os anos de 1977 e 1979, ele foi criado pelo autor de space operas orientais Leji Matsumoto, criador de obras que talvez você já tenha ouvido falar como Space Battleship Yamato e Galaxy Express 999. A obra conta as aventuras de Harlock e de seus tripulantes fora-da-lei navegando juntos na Arcadia, sua nave espacial, contra a apatia da humanidade em relação a opressores espaciais que pretendem conquistar a Terra. As aventuras espaciais de Harlock também foram serializadas em Anime, produzido em 1978 pela famigerada Toei Animation (a mesma de Cavaleiros do Zodíaco).

Mesmo sendo considerado um clássico no Japão, Harlock nunca teve uma receptividade igualmente marcante no ocidente, tanto que poucos realmente se lembram de suas aventuras. Verdade seja dita, nem mesmo quando os primeiros trailers do filme de 2013 começaram a vazar na net a curiosidade foi suficiente para fazer as pessoas ir atrás da obra clássica. Entretanto, é fato que os trailers em animação CG 3D despertaram o interesse do público leigo (eu!) para a obra e agora que assisti ao filme gostaria muito de ler o mangá clássico.

Miime, a única raça alienígena
Mas e ai? E o filme? Bem, ele conta não apenas a história de Harlock, mas também de toda a tripulação da Arcadia e de seu mais novo tripulante, Logan. No futuro, a humanidade descobriu como viajar mais rápido que a luz e passou a colonizar novos planetas, tendo deixado a Terra para trás, espalhando-se e multiplicando-se. Com o tempo, o desejo de “retornar para o lar” começou a se tornar uma necessidade, pois as colônias humanas começaram a rejeitar os processos de terraformação. Entretanto, com uma população que superava facilmente a casa das centenas de trilhões, era impossível que todos pudessem retornar. Assim teve início a Guerra do Retorno ao Lar, tendo um desfecho inesperado onde ninguém jamais poderia voltar, sendo este o desejo da Mãe Terra, conforme foi declarado aos cantos mais longínquos do universo pela autoridade universal governamental do Santificado Gaia. É importante entender este background porque TODA a trama, desde as motivações atuais até as passadas das personagens, gira em torno dele. E é lindo ver como tudo está amarrado e é explicado no desenrolar do filme, aprofundando cada personagem a media que a Arcadia se mete em sua luta contra a opressão da autoridade do Santificado Gaia.

O foco da narrativa está tão amarrado a humanidade que isso se reflete nas escolhas do roteiro para como o universo é descrito. Nele há apenas humanos. Sim, não existem outras espécies inteligentes como a nossa, o que seria comum ao gênero do space opera, a exceção da raça quase extinta da personagem Miime, uma das tripulantes da Arcadia. Somente a raça dela domina a tecnologia para manipular e extrair energia da matéria escura, energia esta que move a Arcadia e está ligada ao passado obscuro de Harlock e da Guerra do Retorno ao Lar. Por causa disso, até mesmo a Arcadia tem seu background, tornando-a uma personagem por si só de tão única e cativante (um navio pirata sombrio pacas e que solta fumaça por onde passa!? EU QUERO UM PRA MIM!).

A qualidade técnica do filme se mantém na média. A animação é boa, mas nada excepcional que mereça destaque. De fato, analisando friamente o filme, percebe-se em alguns momentos movimentos pouco fluídos e mal executados pelas personagens, quase robóticos de tão duros. Eu esperava algo superior ao que vi em Advent Children, por exemplo, dado o avanço da tecnologia e dos anos, mas não é isso que se vê. Entretanto, ao menos a música, som e batalhas espaciais épicas estão muito bem acertados, compensando todo o restante. Isso para não falar das batalhas entre personagens em si, que são igualmente épicas. Falando em lutas entre pessoas, cabe aqui uma crítica negativa: não há sangue. Pessoas são cortadas, crivadas por balas e explodidas, mas não há uma gota sequer. Não que eu esperasse um banho de sangue, mas que ao menos as batalhas fossem o mínimo realista. Mas esta é a minha opinião.



Nota 3 de 5.

Então é isso pessoal! Depois de todo este texto, espero que você, caro leitor, tenha ficado o mínimo curioso para assistir este clássico japonês de space opera. Vale muito a pena gastar umas horinhas vendo as aventuras de Harlock e seu bando, e pensando em como você poderia narrar um RPG de Brigada Ligeira Estelar com a mesma pegada do filme. Fica ai a dica. ;)

Até and Bye...

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